sábado, 18 de agosto de 2007

EDITORIAL


A área de “Pesquisa em Ensino de Física” (doravante PEF) foi estabelecida em 1994 quando o DFI, após aprovação de seus docentes, resolveu criar as áreas que dariam sustentação tanto às diferentes linhas de pesquisa hoje existentes no Departamento, como, também, aos dois Programas de Pós-Graduação: o de “Física” (níveis: Mestrado e Doutorado), abrigado no DFI; e o de “Educação para a Ciência e o Ensino de Matemática” (nível: Mestrado), abrigado no CCE.

Durante esses anos todos, a área de PEF respondeu a inúmeras exigências do complexo processo de ensino-aprendizagem, de pesquisa e de interação entre os diferentes níveis de ensino, aferidos pela aprovação dos Projetos nacionais abaixo:

- “Desenvolvimento de Sistemas Didáticos”. Coordenador: Arlindo Antonio Savi. Agência financiadora: FINEP;
- “Centro Interdisciplinar de Ciência-CIC”. Coordenadoras: Alice Sizuko Iramina e Polonia Altoé Fusinato. Agência Financiadora: CAPES (SPEC – Subprograma de Educação para a Ciência);
- “Laboratório de Criação Visual-LCV”. Coordenador: Marcos Cesar Danhoni Neves. Agência Financiadora: CAPES (SPEC – Subprograma de Educação para a Ciência);
- “Integração Graduação-Pós-Graduação” – PROIN. Coordenador: Marcos Cesar Danhoni Neves. Agência financiadora: CAPES;
- “NOIAC – Núcleo de Oficinas Itinerantes para a Alfabetização Científica”. Agência Financiadora: CNPq: Marcos Cesar Danhoni Neves
- “Física no Museu Interdisciplinar de Ciências”. Agência Financiadora: CNPq. Coordenadora: Alice Sizuko Iramina
- “Projeto Centenário do Vôo Autônomo” – filme documentário sobre o feito de Santos Dumont e a dinâmica do vôo. [edição de 1.500 DVDs]. Coordenador: Marcos Cesar Danhoni Neves. Agência Financiadora: MCT/SBPC.

Projetos aprovados e contingenciados:
- “Aperfeiçoamento para Professores de Física do Ensino Médio”. Projeto “Escola para Jovens”. Agência Financiadora: MEC-SESu. Projeto aprovado mas não implementado porque a Secretaria Estadual de Educação do Paraná não estabeleceu convênio com o MEC. Coordenador: Marcos Cesar Danhoni Neves
- “PROCIÊNCIA – Especialização para Professores do Ensino Médio. Agência financiadora: CAPES/MEC. Projeto não implementado pelas mesmas razões acima. Coordenador: Marcos Cesar Danhoni Neves.
- “EAD – Curso de Graduação em Física”. MEC. Coordenador: Marcos Cesar Danhoni Neves. Projeto no aguardo de liberação de recursos (prov. 2008).


Nesse período firmou-se entre os docentes componentes da área PEF duas linhas de exploração, amalgamadas no interesse da formação docente, na pesquisa em si e na melhoria do ensino de Física nos diferentes níveis de ensino:

i) desenvolvimento de sistemas didáticos para o ensino de Física, ou seja, a criação de instrumentação para o ensino, destacando a produção de experimentos e estratégias verbo-visuais: exhibits; hipertextos e páginas web; livros didáticos não formais; exposições/mostras; vídeos/documentários;

ii) discussões acerca da natureza da produção do conhecimento físico, especialmente em seus campos histórico e epistemológico (tema que transversaliza as ações do grupo em diferentes momentos de sua história).

Importante relembrar que o conjunto das ações realizadas pela área de ensino de física da UEM produziu:

- O Centro Interdisciplinar de Ciências – CIC, que hoje é parte integrante do Museu Dinâmico Interdisciplinar – além de promover toda a interação em atividades não formais (visitas), o acervo e a dinâmica dos exhibits ali criados têm propiciado a estudantes de graduação em Física uma experiência diferenciada de educação e popularização científica;

- O Laboratório de Criação Visual que permitiu a produção de inúmeros filmes/documentários de curta-metragem para o ensino de Física, além da criação de páginas web dedicadas à educação e divulgação científica;

- O PROIN-CAPES, que permitiu, pela primeira vez no Departamento de Física a montagem de um laboratório de Ensino de Física Moderna, e que até hoje serve aos objetivos do ensino de graduação em Física (licenciatura e bacharelado);

- O Planetário “Circus Stellarium”, que, à semelhança do CIC, faz uma interação forte entre a ciência e o ensino de todos os níveis;

Importante salientar ainda que toda a produção científica da área (artigos, livros/capítulos, documentários, exhibits, produtos verbo-visuais de toda natureza) brotou de seu rico substrato e patrimônio incontestável.

Em 2001, a área PEF teve aprovada a realização para concurso de professor titular. Com uma banca composta exclusivamente de professores-pesquisadores fora da UEM (USP, UFSC, PUC-SP, UFSM, UNESP), o concurso selou o amadurecimento da área na Instituição, aferido pela publicação, seis meses depois, da tese, em forma de livro pela casa editorial “Mercado-de-Letras”, envolvendo um trabalho sobre a natureza da construção do conhecimento físico.

A área PEF, de 1994 a 2003, teve quatro de seus docentes aposentados (Profs. Luzia Weiller Daniel, Loril Leocádio, Ester Ávila Matheus. e Irineu Hibler), fato que acabou motivando a realização de concurso para professor não-titular da área. O concurso serviria para fortalecer ainda mais o grupo (apesar de haver só a abertura de duas vagas para as quatro necessárias), especialmente diante dos desafios de novos projetos e do Mestrado em Educação para a Ciência, que seria criado no final de 2003.

Assim, com a finalidade de fortalecer ainda mais a área de ensino, especialmente com a iminência de mais uma aposentadoria, decidimos que algumas mudanças são necessárias e imperiosas, envolvendo desde aquelas de curto prazo até as de médio prazo. Essas mudanças consistiriam:

a) Denominar a área não mais por sua generalidade (“Pesquisa em Ensino de Física”), mas por sua historicidade, ou seja, a área passaria a se denominar: “Pesquisa em Instrumentação para o Ensino de Física e Epistemologia da Ciência”;

b) A reagrupação de docentes na área PEF seria aquela composta por professores da área desde que estivessem colaborando intimamente e de forma consonante com as pesquisas em andamento (e alicerçadas na historicidade). A agregação se daria mediante comprovação através de currículo Lattes atualizado e documentado, de grupo de pesquisa certificado pela UEM e de leitura crítica do projeto de pesquisa (envolvendo o mérito do trabalho, o envolvimento de estudantes de graduação e pós-graduação, a pertinência do estudo para a área de pesquisa em ensino de física, o impacto na graduação e na pós-graduação – esse último envolvendo exclusivamente o PCM-UEM);

c) Ainda sobre a composição dos docentes na área, é mister abrir a possibilidade da flexibilidade de agregação, ou seja, agregar professores-pesquisadores de outras áreas do Departamento (e fora dele, quando for o caso, mas de forma excepcional) que vêm colaborando historicamente com a área ou que têm desejo em fazê-lo. Necessário salientar que este item será considerado se e somente se houver a submissão de subprojetos de pesquisa (renovados anualmente) e autorizados pelo conjunto dos membros que compõem a área;

d) Definição do grupo de docentes na área de pesquisa em Ensino de Física mediante classificação do CNPq que pressupõe [grifos nossos]:
- “O grupo de pesquisa é definido como um conjunto de indivíduos organizados hierarquicamente em torno de uma ou, eventualmente, duas lideranças, cujo fundamento organizador dessa hierarquia é a experiência, o destaque e a liderança no terreno científico ou tecnológico; no qual existe envolvimento profissional e permanente com a atividade de pesquisa; cujo trabalho se organiza em torno de linhas e temas comuns de pesquisa; e que, em algum grau, compartilha instalações e equipamentos.”

Nesse sentido, após aprovadas pela maioria dos membros da área PEF, as propostas expostas acima, é necessária a comprovação das seguintes exigências[1] [comprovadas nos três anos anteriores – necessárias para a manutenção do docente na área]:

i) participar de grupo de pesquisa certificado pela Instituição junto ao CNPq e com membros majoritariamente pertencente ao DFI-UEM (anexar cópia do documento);
ii) comprovação de participação em projetos em andamento com os temas relevantes para a área: instrumentação para o ensino e epistemologia da ciência;
iii) ter ligação, quando pertinente, com o PCM-UEM [em documento redigido pelo(a) coordenador(a) do Programa, deverá ser demonstrada a participação efetiva e a produção do docente requerente];
iv) interrelação estreita graduação-pós-graduação;
v) orientação em andamento: TCC, mestrado, PIBIC, PIC, extensão.

Os novos contextos que se descortinam para a educação científica no país em todos os níveis de ensino, nos impõem um projeto de unidade, solidariedade e, principalmente, de fortalecimento de uma área que necessita caminhar adiante apesar dos percalços.


Assinam o documento os professores abaixo relacionados:

- ALICE SIZUKO IRAMINA
- ARLINDO ANTONIO SAVI
- MARCOS CESAR DANHONI NEVES
- POLONIA ALTOÉ FUSINATO
- JOÃO MURA (convidado à reunião que discutiu e aprovou o documento acima)

[1] Os itens (i) e (ii) são obrigatórios por serem os fundamentos de uma área fortalecida.